Cirurgia para Aumento Peniano: Parecer da SBU
A maioria dos homens que procura procedimento de aumento peniano é portadora de um pênis normal, sem anormalidades anatômicas. Trata-se de uma dismorfofobia na qual o paciente faz uma interpretação errônea das dimensões da sua genitália. Como o nível de ansiedade é alto, nestes casos, o paciente realmente “procura uma solução” e vai acreditar nos resultados apresentados pelo profissional, independentemente da idoneidade ou não dos resultados apresentados.
A orientação ética e honesta é não operar estes pacientes, e sim tratar o transtorno psicológico/emocional. A proposta de aumento peniano como um procedimento cosmético do pênis normal é ainda considerada uma técnica investigacional e experimental. Várias técnicas de alongamento e/ou aumento da espessura peniana têm sido descritas, mas nenhuma se mostrou efetiva e segura, isto é, não existe medicina baseada em evidências nestes procedimentos.
O índice de complicações (como fibrose peniana, disfunção erétil ou mesmo infecções graves) e insatisfações com estes procedimentos de aumento peniano é bastante alto (Alter G, 1997; Rosenteeins M, 1995; Ghanen H, 2007).
O Conselho Federal de Medicina define como experimentais os procedimentos cirúrgicos de aumento peniano e neurotripsia (D.O.U.; 12 agosto de 1997. Seção 1, p. 17.338.). O Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução 196/96, tem o mesmo pensamento e considera cirurgia experimental, que pode ser realizada apenas em estudos experimentais, com consentimento informado e sem ônus para o paciente. Os últimos consensos brasileiro e latino-americano de Medicina Sexual, assim como as publicações mais recentes, recomendam a não realização do procedimento de alongamento peniano, por não apresentar resultados satisfatórios e estar acompanhado de altos índices de complicação e insatisfação.
A Sociedade Brasileira de Urologia, através do seu Departamento de Medicina Sexual e Reprodução, contraindica esta prática e reforça que não há estudos ou dados científicos que confiram credibilidade, eficácia ou segurança de qualquer técnica de aumento das dimensões penianas.
Sociedade Brasileira de Urologia
Departamento de Medicina Sexual e Reprodução
março 08, 2019
Dr. Giuliano Aita
Dr. Eduardo Bertero
Dr. Fernando Lorenzini
Dr. Carlos Cairoli
Dr. Carlos Da Ros
Fonte: http://portaldaurologia.org.br/noticias/parecer-sobre-os-procedimentos-de-aumento-peniano/
Cirurgia de aumento peniano
O tamanho do pênis e a cirurgia de aumento peniano
A auto-imagem sexual do homem sempre esteve relacionada com a dimensão do pênis e com sua capacidade erétil. Tanto as malformações como a hipoplasia do pênis afetam a auto-imagem corporal e influenciam no comportamento e na auto-estima dos portadores. O trauma psicológico do pênis pequeno é induzido ainda na infância por comparação entre crianças da mesma idade e pela ansiedade dos pais em relação ao aspecto anatômico dos genitais de seus filhos.
Na era atual, de maior liberação sexual, o conhecimento por parte da mulher da morfologia normal, do aspecto e tamanho dos genitais masculinos, aumentou de forma extraordinária o temor do homem em não ser considerado normal por sua parceira. A hipoplasia do pênis como sinal negativo externo de identidade sexual cria um impacto psicológico, talvez só comparável ao da hipoplasia mamária na mulher. Dessa forma, não é de se estranhar que a procura por técnicas de aumento peniano venha sendo incrementada progressivamente nos últimos anos.
Avaliação dos Pacientes
O que se observa na prática diária dos consultórios médicos é que a grande maioria dos pacientes com queixa de pênis pequeno apresenta-se com o órgão dentro das medidas tidas como normais para o homem adulto. Alguns são indivíduos obesos, com o pênis parcialmente coberto pela gordura pré-púbica, ou pessoas altas, com pênis proporcionalmente pequenos.
Trabalhos da literatura demonstraram que o comprimento médio do pênis do homem adulto é de 8,5 a 9,4 cm em flacidez, e de 12,9 a 14,1 cm em ereção, dependendo das técnicas antropométricas utilizadas.
O micropênis adulto é caracterizado por alguns autores quando apresenta comprimento menor que 4 cm em flacidez ou 7,5 cm em ereção. A esses pacientes poderia ser proposto algum tipo de correção cirúrgica.
Indicações
A cirurgia para aumento peniano é indicada para tratamento de certas condições urológicas, tais como:
- epispádias e hipospádias,
- encurtamentos provocados pela doença de Peyronie,
- defeitos traumáticos,
- amputações parciais,
- retratação peniana em pacientes lesados medulares.
Técnica Cirúrgica
A secção do ligamento suspensor do pênis nas proximidades de sua inserção no púbis até o nível da aponeurose perineal média e sua fixação junto à face anterior do púbis permite o avanço distal da haste peniana. Alguns autores recomendam um enxerto de material sintético entre a túnica albugínea e o púbis para evitar uma possível reinserção alta do ligamento por aderência.
Outros autores preconizam técnicas peniana no pós-operatório para prevenir a retração. A lipoaspiração da gordura pré-púbica exuberante permitiria melhor exposição da genitália. A incisão operatória e o fechamento da ferida cirúrgica são realizados por meio de técnicas cutâneas de rotação de retalho, plástica V-Y ou zetaplastia a nível pubipeniano.
Para aumento da circunferência do pênis empregou-se inicialmente a lipoescultura, e, recentemente, enxertos pediculados de gordura suprapúbica. Os enxertos são injetados ou colocados entre o dartos e a fásica de Buck, com fixação distal e lateralmente ao longo da uretra. Nas reconstruções penianas são utilizadas técnicas de manipulação da albugínea e colocação de próteses intrecavernosa.
Complicações
As complicações mais comuns são decorrentes do surgimento de cicatrizes retráveis e de deformidades que acabam por diminuir a dimensão do órgão, resultando em uma aparência cosmética final bastante pobre. Outras complicações frequentes são a escrotalização do pênis, alteração da angulação quando em ereção, nódulos de gordura residuais irregulares, alterações de sensibilidade por lesão dos nervos dorsais, infecção do leito operatório, ascesso suprapúbico e fístulas.
Conclusões
A cirurgia de aumento peniano é indicada nos casos em que pequenos ganhos no comprimento do órgão podem resultar em melhor capacidade funcional para o paciente, como nos casos de micropênis, epispádias, casos severos de hipospádias, retrações importantes consequentes à doença de Peyronie, amputações parciais por neoplasia e outros defeitos traumáticos adquiridos e retrações penianas em pacientes lesados medulares com o intuito de facilitar a colocação de próteses e coletores urinários penianos.
A proposta de aumento peniano como procedimento cosmético no pênis normal deve ser encarada como uma técnica experimental, realizada em pacientes selecionados e em centros de pesquisa credenciados de acordo com as normas de pesquisa envolvendo seres humanos estabelecidas pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e pela resolução 1478/97 do Conselho Federal de Medicina.
Fonte: http://urologia-sp.com.br/tamanho.asp Acesso em 24/06/2019.
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