Doença de Peyronie e o Risco de Depressão: o que revela um estudo de 25 anos
A Doença de Peyronie vai além da curvatura peniana e da dor durante a ereção. Pesquisas mostram que a condição está diretamente ligada ao aumento do risco de depressão em homens. Um estudo de coorte nacional, publicado no Journal of Sexual Medicine, acompanhou pacientes por 25 anos e revelou dados importantes para a saúde sexual e mental masculina.
O que é a Doença de Peyronie?
A Doença de Peyronie é caracterizada pela formação de tecido cicatricial na estrutura genital masculina, causando curvatura, dor e, em alguns casos, disfunção erétil. O impacto não é apenas físico: muitos pacientes sofrem com queda da autoestima, ansiedade e problemas emocionais.
O Estudo
- Período: 1997 a 2021
- Participantes: 10.053 homens com Peyronie e 100.530 sem a doença (idade média: 55,6 anos)
- Fonte: registros nacionais de saúde da Dinamarca
- Desfecho primário: diagnóstico de depressão (CID-10 F32, F33) ou uso recorrente de antidepressivos
Principais resultados
- No diagnóstico, 19,6% dos pacientes já tinham depressão (vs. 14% dos controles).
- Risco acumulado de depressão:
- 7% em 5 anos (vs. 4,4% sem Peyronie)
- 12,5% em 10 anos (vs. 8,7% sem Peyronie)
- Homens com Peyronie têm 42% mais chances de desenvolver depressão.
- A mortalidade em 10 anos foi menor (5,9% vs. 9,1%), possivelmente por maior procura por cuidados médicos.
O que esses dados significam?
O estudo mostra que a Doença de Peyronie não é apenas uma condição física. Ela pode afetar a identidade masculina, as relações íntimas e a saúde emocional. Por isso, especialistas recomendam que todo paciente com Peyronie seja avaliado também para sinais de depressão.
Pontos fortes e limitações
Pontos fortes: base populacional ampla, 25 anos de acompanhamento, múltiplos registros médicos.
Limitações: subdiagnóstico possível da doença e variações individuais no impacto psicológico.
Conclusão
A Doença de Peyronie está associada a um risco significativamente maior de depressão. A abordagem deve ser integrada: tratamento físico + acompanhamento psicológico. Esse cuidado conjunto melhora tanto a saúde íntima quanto o bem-estar emocional.
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