Escala Brasileira de Auto-Imagem Genital Masculina
30 de novembro de 2021

Escala Brasileira de Auto-Imagem Genital Masculina

Compartilhe

A percepção de uma pessoa sobre seu corpo e suas características pode afetar sua qualidade de vida, bem como seu bem-estar mental, emocional e sexual. Aqueles que não se sentem bem com seus corpos podem ser mais propensos a baixa auto-estima, depressão, ansiedade e isolamento social.

 

Leia mais: Dismorfofobia Peniana

 

Quando se trata de saúde sexual, em particular, a opinião sobre seus órgãos genitais pode afetar sua satisfação sexual, frequência de atividade sexual e gozo da atividade sexual. Mulheres com uma auto-imagem genital negativa (GSI) podem experimentar mais ansiedade até e durante a atividade sexual, o que pode, por sua vez, diminuir a satisfação sexual e aumentar a dor sexual. Homens com sentimentos negativos sobre seus órgãos genitais podem experimentar ansiedade no desempenho sexual e/ou um impacto negativo na função sexual.

 

A escala de auto-imagem genital feminina (FGSIS) e a escala de auto-imagem genital masculina (MGSIS) são dois instrumentos projetados para avaliar os sentimentos e opiniões dos indivíduos sobre seus órgãos genitais, com pontuações mais altas indicando um GSI mais positivo. Enquanto o FGSIS foi traduzido e validado em vários países, o MGSIS é validado e traduzido apenas para dois idiomas. Os autores de uma publicação recente tiveram como objetivo traduzir o MGSIS para o português do Brasil e validá-lo para ser usado como um instrumento confiável para homens no Brasil.

 

 

Métodos e medidas

 

Os autores aderiram aos padrões baseados em consenso para a seleção das diretrizes de instrumentos de medição de saúde (COSMIN) ao adaptar o MGSIS para ser usado como uma ferramenta validada para homens brasileiros.

 

Os participantes foram recrutados por meio de mídias sociais e aplicativos de mensagens e foram incluídos na pesquisa, com 18 anos ou mais, de nacionalidade brasileira, residindo no Brasil e capazes de ler e escrever em português do Brasil. Depois de consentirem em participar do estudo, foram solicitados a preencher questionários sobre os seguintes tópicos:

 

Características sociodemográficas

Um questionário sobre as características sociodemográficas dos participantes foi incluído no início da pesquisa.

 

Auto-imagem genital (GSI)

Os participantes foram solicitados a concluir o MGSIS, que é um instrumento de 7 itens que exige que os entrevistados classifiquem suas respostas em uma escala de 4 pontos do Likert (1 sendo "discordo totalmente" de 4 "concordar fortemente"). Pontuações mais baixas indicam um GSI mais negativo, enquanto pontuações mais altas indicam um GSI mais positivo

 

Função Sexual

A função sexual dos participantes foi avaliada através do Índice Internacional de Função Eretil (IIFE), um instrumento de 15 itens que aborda 5 domínios da função sexual masculina: função erétil, função de orgasmo, desejo sexual, satisfação de relações sexuais e satisfação geral. O IIFE foi validado em português do Brasil.

 

Apreciação corporal

A Escala de Apreciação Corporal (BAS-2) é uma ferramenta de 10 itens que foi validada no português do Brasil e foi usada para medir a apreciação geral do corpo dos participantes.

 

Auto-estima

Finalmente, a auto-estima dos participantes foi avaliada com a Escala de Auto-Estima Rosenberg (RSES) de 10 itens, para a qual pontuações mais baixas indicam menor auto-estima e pontuações mais altas indicam maior auto-estima. O RSES foi validado em português do Brasil.

 

 

Procedimento

 

Os autores realizaram a tradução e adaptação do MGSIS em várias etapas, incluindo uma rodada de traduções de dois tradutores brasileiros e traduções anteriores de dois tradutores nativos de inglês. Um comitê de especialistas revisou a versão sintetizada do português do Brasil e identificou as alterações necessárias. Esta versão pré-final foi testada por 10 brasileiros que também participaram de entrevistas semiestruturadas sobre a experiência. Por fim, a versão final do MGSIS português do Brasil foi enviada aos seus desenvolvedores originais para ser avaliada por eles, e todos os participantes do estudo foram convidados a concluir o MGSIS em português do Brasil duas vezes (pela primeira vez e depois novamente 14-20 dias depois para avaliar a confiabilidade do teste-reteste).

 

 

Resultados

 

O comitê de especialistas considerou a versão brasileira do MGSIS muito boa em termos de validade do conteúdo. Além disso, a análise das entrevistas realizadas com os 10 homens que concluíram a versão pré-final mostrou que era auto-explicativo e fácil de entender.

 

Um total de 518 homens completaram o MGSIS em português do Brasil pelo menos uma vez e 499 homens completaram o teste inicial e o reteste 14-20 dias depois. A confiabilidade do teste-reteste é medida pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e considerada "excelente" quando o ICC está acima de 0,75. Nesse caso, a confiabilidade teste-reteste dos 499 homens foi considerada excelente com um ICC de 0,806.

 

 

Discussão e Conclusão

 

Por meio desse processo, os autores validaram e adaptaram culturalmente o MGSIS para homens brasileiros. No entanto, eles reconheceram as limitações do estudo: “Primeiro, não avaliamos a validade do critério porque, de acordo com as diretrizes do COSMIN, essa propriedade de medição só pode ser avaliada se houver um padrão-ouro disponível. No caso do GSI, não há padrão-ouro para avaliar o GSI definido na literatura. Finalmente, não avaliamos a capacidade de resposta do MGSIS, a capacidade de um instrumento detectar alterações ao longo do tempo na construção a ser medida, pois estava além do escopo do estudo."

 

No entanto, a validação do MGSIS no Brasil permite que médicos e outros profissionais de saúde do país usem essa ferramenta em conjunto com outros instrumentos validados para avaliar o GSI, além da imagem corporal e da função sexual masculina.

 

 

Fonte:

de Arruda, G.T., da Silva, E.V. & Braz, M.M. (2021). Escala de auto-imagem genital masculina (MGSIS): ponto de corte, adaptação cultural e validação de propriedades de medição em homens brasileiros. The Journal of Sexual Medicine, 18(10), 1759-1767. DOI : https://doi.org/10.1016/j.jsxm.2021.07.016.

 

 

Leituras sugeridas:

Cirurgia para Aumento Peniano

Repercussão Social Sobre Aumento Peniano e Tamanho do Pênis

Quando o aumento peniano é indicado?

Engrossamento Peniano

Cantor sertanejo passará por cirurgia de aumento peniano

Preenchimentos temporários: Uma opção para homens que acham o pênis pequeno

Curva de Crescimento Peniano

Maiores dúvidas sobre a Cirurgia de Aumento Peniano

Mulheres e o Tamanho do Pênis

Como seu pênis muda conforme você envelhece

Tamanho e Medidas do Pênis

Maiores dúvidas sobre a Cirurgia de Aumento Peniano

Dismorfofobia Peniana: Você pode ter e não saber

Cirurgia Intima Masculina

Como medir corretamente o pênis

Insatisfação com o Tamanho do Pênis